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Sobre irmãos não tão irmãos assim (Gn 37-50).

Sobre irmãos não tão irmãos assim (Gn 37-50).


Independente do mal que seus irmãos lhe fizeram, José não se vingou deles, mas os amou e perdoou; não se deixou vencer pelo mal, mas venceu o mal com o bem (Rm 12:21).


Em sua sabedoria, José sabia que a vingança pertencia ao Senhor em cujas mãos entregou a sua vida para que ele operasse a sua justiça (Dt 32:35; Sl 103:6).


Não entendemos o porquê de certas situações como o desprezo, a rejeição ou, até mesmo, a traição de um irmão, mas com certeza não é por acaso, assim como ocorreu com os irmãos de José em oposição a ele por inveja e ciúmes.


Muitas vezes queremos muito ter o que um irmão tem ou ser como ele ou estar perto dele, mas não temos nada disso; na verdade, só recebemos ingratidão, abandono, indiferença e/ou maus tratos.

Quando temos consciência de que pertencemos a Deus, também sabemos que Deus tudo sabe e tudo controla para que o seu propósito seja alcançado. Assim, podemos entender que Deus providencia o melhor para o seu povo independente das circunstâncias em que ele se encontra, e na hora certa vamos compreender que tudo era um livramento de Deus porque ter, ser, estar perto poderia ser um problema do qual Deus quereria nos livrar.


José queria ter o que os irmãos tinham, ser como eles eram e estar perto deles todo o tempo. Isso não funcionou. José precisava do tempo certo para aprender a ter sua própria personalidade; a ser ele mesmo sem copiar ninguém — os irmãos eram invejosos para o mal e ele era admirador para o bem, mas qual deles acreditava nisso? Nenhum! Ele precisava aprender a não depender da presença deles para se sentir útil — ele queria estar com eles, fazer o que eles faziam. Podemos ser úteis sem nada disso.


Mas, trazendo para nossa realidade, podemos ter nossos irmãos na medida certa, ser nós mesmos, estar perto sem estar perto — um paradoxo do coração. A distância não tem o poder de acabar com o amor. A distância às vezes é uma proteção que Deus provê para os seus filhos. Deus ajudou José em tudo, todo o tempo, para o guardar e providenciar o seu porvir.


No tempo de Deus, que não decorreu do dia para noite (Ec 3:1), sem murmuração, mas com devoção fiel, José não deixou de amar a Deus em face de tão severas circunstâncias, e pôde contemplar as ricas e poderosas bênçãos do Senhor da sua vida no tempo oportuno.


Irmãos são irmãos e cometem erros e pecados como qualquer irmão. Bom e aprazível a Deus é ter um coração livre para o perdão. Não, isso não exime nenhum irmão do senso da prudência. Perdoar é ato de sabedoria. Sabedoria implica sensatez que propicia o devido equilíbrio da razão com a emoção que inibe o medo no lidar com os irmãos após a liberação do perdão.


Não tenha medo, irmão; vai na fé porque é Deus quem ordena o perdão, e é isso que ele espera de nós assim como nós esperamos que ele nos perdoe por tantos pecados que cometemos (Mt 6:12).



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