Maiúsculas, minúsculas & formalismos: como adorar a Deus verdadeiramente?
Deus não deixa de ser Deus por nada!
Formalismos e legalismos não diminuem Deus, mas revelam a verdadeira essência do "crente".
É necessário escrever os vocativos relacionados a Deus, Jesus, Senhor, Espírito Santo em letras maiúsculas na internet? O Senhor respondeu que a internet é um sistema que usa letras minúsculas, e mesmo que se coloquem letras maiúsculas, em hashtags, por exemplo, há também a junção de todas as palavras, apresentando-se como um texto de internet e não como um texto natural. Essa é a característica desse sistema. Portanto, nesse caso, não há necessidade de escrever quaisquer termos relacionados a Deus em letras maiúsculas visto que o próprio sistema transforma em minúsculas de modo que isso não é nenhuma ofensa a Deus.
Contudo, em textos comuns escritos ou digitados na internet, pelo fato de ser um texto corrido, e não um texto de busca ou de hashtag, é necessário que se escrevam os vocativos relacionados a Deus em letras maiúsculas para diferenciar um termo comum de um termo voltado para Deus; por exemplo:
– “O Senhor quer o meu bem.”
– “O senhor quer o meu bem.”
Pode-se perceber claramente a diferença entre o primeiro termo e o segundo termo respectivamente com iniciais maiúscula e minúscula que leva ao entendimento de que o primeiro se refere a Deus e o segundo se refere a um homem comum. Portanto, faz-se necessário o uso de maiúsculas para efeito de diferenciação.
Quanto ao pronome pessoal “ele”, por exemplo, também não há obrigatoriedade de uso de maiúscula no meio ou final das frases para se referir a Deus, a não ser que se queira dar realce à menção a Deus:
– “Jesus sempre nos diz que Ele está conosco.”
Ou:
– “Jesus sempre nos diz que ele está conosco.”
Quanto às formas contraídas (preposição com pronome demonstrativo ou pessoal ou com artigos definidos) como “d’Aquele, d’Ele, n’Aquele”, d’O, n’O, pel’O etc. — referindo-se respectivamente a ”daquele, dele, naquele, do, no, pelo etc.” —, normalmente são usadas para realçar a presença de Deus em determinado contexto, sendo ambas as formas contempladas pela língua portuguesa, sem quaisquer restrições de uso, ficando o escritor à vontade para usá-las segundo o seu desejo, refletindo uma opção de escrita e não uma obrigatoriedade. Por exemplo:
– “Estamos sempre em busca d’Aquele que nos salva, Jesus.”
Ou:
– “Estamos sempre em busca daquele que nos salva, Jesus.”
– “N’Ele reside a nossa esperança.”
Ou:
– “Nele reside a nossa esperança.”
Independentemente dos formalismos da língua, o que Deus realmente quer de nós é uma adoração verdadeira e sincera que sai do fundo do coração e do espírito, como ele diz:
“Mas agora voltem para mim com todo o coração, jejuando, chorando e se lamentando” (Jl 2:12).
“Levaram a arca da aliança para a barraca que Davi tinha preparado para ela e a colocaram lá dentro. Então ofereceram a Deus sacrifícios que foram completamente queimados e ofertas de paz. Depois que Davi acabou de oferecer os sacrifícios, abençoou o povo em nome do Senhor Davi nomeou alguns levitas para dirigirem a adoração ao Senhor, o Deus de Israel, cantando e louvando a Deus, em frente da arca da aliança” (1 Cr 16:1-2, 4).
Vemos, no entanto, que além da devida adoração a Deus, os textos também falam sobre sacrifícios e jejuns, o que os cristãos não estão impedidos de fazer, mas também não são uma obrigatoriedade (Mc 9:29), em termos materiais, visto que a verdadeira adoração a Deus é aquela que sai do coração e é praticada em resposta à sua palavra como um ato de obediência e de fé, o que de fato agrada a Deus. (Observe-se que Mateus 17:21 foi omitido nos melhores manuscritos, como uma interpolação de Mc 9:29, além dos termos não fazerem parte do original grego).
Uns proclamam o jejum para atrair o povo para igreja — mercenários; outros o fazem como se ele tivesse poder, colocando-o acima de Deus — subtraidores; outros o fazem mecanicamente em obediência à voz humana — incautos, manipulados.
Observando o versículo abaixo, percebe-se que o sacrifício que agrada a Deus no tempo da Graça está relacionado ao próprio corpo do crente ainda vivo, diferentemente de sacrifícios queimados:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12:1).
Ou seja, o que Deus requer de nós é que os nossos corpos sejam agradáveis a ele em todos os sentidos porque o corpo é o templo do Espírito Santo e por isso mesmo é sagrado de modo que tudo o que este corpo venha a fazer seja aprovado por Deus.
Este sim é um sacrifício que Deus aceita quando usamos a razão conforme a sua palavra que diz que devemos adorá-lo de todo nosso entendimento, mas jamais em obediência a direcionamentos humanos baseados em interpretações bíblicas deturpadas ou tendenciosas ou em formalismos como se vê nas muitas campanhas realizadas em igrejas com fins de enriquecimento material sem lembrar do espiritual, com o fim único de alcançar “bênçãos sem medida” — referenciando Malaquias 3:10 — sem a devida explanação exegética do versículo, mas tão somente visando a prosperidade material e terrena como acontece com todos os textos bíblicos usados pela teologia da prosperidade que se pauta em legalismos que os favorecem.
Não que o Senhor desaprove a prosperidade material; muito ao contrário: Deus aprova que sejamos prósperos materialmente e nos abençoa nesse sentido, mas adverte a cada crente que não coloque essa prosperidade material acima da devida adoração a ele que inclui sabedoria e discernimento espiritual acerca do verdadeiro significado da sua palavra.
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