Igreja carcaça
Igreja carcaça Lugar bonito com conteúdo horrível é como sepulcro caiado: coisa estranha a Deus. Deus sabia que eu queria esta imagem. Eu a procurei e não encontrei em lugar algum. Mas o Senhor a providenciou para mim. Eu já tinha até me esquecido da imagem que eu queria encontrar, mas o Senhor não se esquece de nada, principalmente quando se trata de algo importante, como uma imagem que reflita a sua palavra, que por um momento ou por algum motivo nos distraímos e deixamos de fazer o que realmente importa. “Onde estiver o corpo de um morto, aí se ajuntarão os urubus” (Mt 24:28). Eis o que há de importante nesta mensagem: compreender a essência desse versículo; o que, de fato, Jesus quis dizer. Quem é o morto? Quem são os urubus? O morto é quem prega a palavra de Deus, mas não a pratica. Aprendeu a viver da pregação, aprendeu a lucrar com a pregação, aprendeu a lucrar com os recursos da igreja, aprendeu a lucrar com a falta de discernimento dos incautos. O fariseu moderno que vive da hipocrisia de se autointitular “homem de Deus”, que de Deus não tem nada, mas tão somente usurpa o seu nome, não é um morto vivo, e sim um vivo morto, pois, não vive para a glória de Deus, mas vive da glória de Deus como se fosse sua. Quem se preocupa em mostrar serviço, em possuir riquezas às custas do Reino de Deus, que muito se ocupa em ter status eclesiástico, em ter fama sociomidiática, não está preocupado em se ocupar das coisas de Deus, não se preocupa com a vida eterna, mas busca a eterna lei de Gérson: quer levar vantagem em tudo em sua mera vida terrena. Esse é um morto porque está morto para Deus, pois não produz frutos da apreciação do Senhor Jesus. Suas ações têm motivação putrefata, o que o leva a se expor como carniça. Os urubus se tornam, então, seus mais fiéis visitantes. Os urubus veem de longe a carniça cujo fedor os atrai e os estimula a se aproximarem dela para, ao seu redor, reunirem-se sob um único propósito: alimentarem-se da sua carcaça. Recebem, no entanto, um péssimo alimento que não fortalece, que não fornece os elementos essenciais para uma vida saudável tanto na esfera moral quanto na espiritual, emocional, sentimental, familiar, social, psicológica, material — essa última com raras exceções como alguns lucros e vantagens advindos dessa alimentação que absorve os “desnutrientes” que são deglutidos pela mente e pelo coração, enfraquecendo as funções primordiais das virtudes essenciais da vida humana com Deus.  Mas ainda há esperança:  “Vou mostrar a vocês de quem devem ter medo: tenham medo de Deus, que, depois de matar o corpo, tem poder para jogar a pessoa no inferno. Sim, repito: tenham medo de Deus” (Lc 12:5).
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