DUAS FACES DE UM MESMO RAMO
𝗔𝘀 𝗱𝘂𝗮𝘀 𝗳𝗮𝗰𝗲𝘀 𝗱𝗮 𝗺𝘂𝗹𝘁𝗶𝗱ã𝗼 𝗱𝗼 𝗗𝗼𝗺𝗶𝗻𝗴𝗼 𝗱𝗲 𝗥𝗮𝗺𝗼𝘀: 𝘂𝗺𝗮 𝗱𝗲 𝗲𝘅𝗮𝗹𝘁𝗮çã𝗼; 𝗼𝘂𝘁𝗿𝗮 𝗱𝗲 𝘃𝗶𝘁𝘂𝗽é𝗿𝗶𝗼.
O Domingo de Ramos, como o cumprimento das "Setenta semanas" do profeta Daniel (Dn 9:25), ocorreu no domingo anterior à sexta-feira da crucificação e ao domingo da ressurreição, em que Jesus cumpriu a profecia de Zacarias (Zc 9:9) de sua "Entrada Triunfal" em Jerusalém.
A multidão que participou desse evento ia uma parte adiante de Jesus e outra o seguia, carregando ramos de palmeiras (ou de outras plantas), e dispunham suas próprias vestes pelo chão, como se formassem um "tapete vermelho", sobre as quais Jesus passava, e o louvava, gritando:
𝑯𝒐𝒔𝒂𝒏𝒂 𝒂𝒐 𝑭𝒊𝒍𝒉𝒐 𝒅𝒆 𝑫𝒂𝒗𝒊; 𝒃𝒆𝒏𝒅𝒊𝒕𝒐 𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒗𝒆𝒎 𝒆𝒎 𝒏𝒐𝒎𝒆 𝒅𝒐 𝑺𝒆𝒏𝒉𝒐𝒓. 𝑯𝒐𝒔𝒂𝒏𝒂 𝒏𝒂𝒔 𝒂𝒍𝒕𝒖𝒓𝒂𝒔! (𝑴𝒕 21:9)
Esse evento é memorável e digno da nossa celebração! Jesus merece toda a honra e todo o louvor pela sua glória e majestade.
No entanto, o povo presente no Domingo de Ramos que rememora o evento cristão da Entrada Triunfal mostra "duas faces de uma mesma moeda", i.e., de uma mesma multidão, visto que cinco dias depois daquela exaltação ao Senhor Jesus, a mesma multidão o vituperou, gritando:
𝑪𝒓𝒖𝒄𝒊𝒇𝒊𝒄𝒂-𝒐! 𝑪𝒓𝒖𝒄𝒊𝒇𝒊𝒄𝒂-𝒐! (𝑴𝒕 27:22,23)
Na verdade,
𝑬𝒍𝒆 𝒗𝒆𝒊𝒐 𝒆𝒎 𝒔𝒖𝒂 𝒑𝒓ó𝒑𝒓𝒊𝒂 𝒕𝒆𝒓𝒓𝒂 𝒆 𝒆𝒏𝒕𝒓𝒆 𝒔𝒆𝒖 𝒑𝒓ó𝒑𝒓𝒊𝒐 𝒑𝒐𝒗𝒐, 𝒐𝒔 𝒋𝒖𝒅𝒆𝒖𝒔, 𝒎𝒂𝒔 𝒆𝒍𝒆 𝒏ã𝒐 𝒇𝒐𝒊 𝒂𝒄𝒆𝒊𝒕𝒐 (𝑱𝒐 1:11).
Duas faces de uma mesma "moeda" é a expressão máxima de uma multidão que ora representa um povo pio que é movido pela fé, ora representa um povo ímpio que é movido por interesses mundanos. Uma mesma multidão, ou seja, as mesmas pessoas revelando-se miseravelmente volúveis em sua concepção de valores espirituais e morais.
A que multidão eu escolho pertencer a cada Domingo de Ramos? Eis a questão!
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