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Ato decisório livre

Compreendendo a liberdade humana como um ato decisório independente de influências externas


Paradoxo da confusão sobre o direito do homem, diante do homem e diante de Deus: A lei do homem (natural) não pode salvar o homem (espiritual)


A salvação prometida por Jesus, aos que o reconhecem como o Messias, é espiritual. Portanto, não se pode confundir lei humana com lei divina. A primeira é autorizada por Deus visto que foi instituída por ele conforme se lê em Romanos 13:1


“Obedeçam às autoridades, todos vocês. Pois nenhuma autoridade existe sem a permissão de Deus, e as que existem foram colocadas nos seus lugares por ele.”


Esse versículo deve ser conjugado com Apocalipse 20:13:


“E eles foram julgados, um por um, de acordo com as suas obras.”

Ninguém está livre de culpa diante de Deus quando é de fato o próprio culpado pelos seus atos.

Não tem por que uma pessoa ficar feliz porque a lei comum, i.e., a que concerne à justiça dos homens, concedeu-lhe um direito X ou Y, considerando que o agente legal que praticou tal resolução tenha conhecimento bíblico, o que a faz considerá-lo como um agente de Deus que tira de sobre ela qualquer sentimento de culpa com relação a seus comportamentos e ações.


O fato de um ato jurídico ou constitucional dar a uma pessoa determinado direito, não significa que a visão de Deus tenha mudado — Deus é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb 13:8); nem que a sua palavra tenha mudado — o céu e a terra passarão, mas as suas palavras não passarão (Mc 13:31); caso contrário, Deus seria mentiroso, mas todo aquele que conhece Deus sabe que ele não é homem para que minta (Nm 23:19).


O próprio Pilatos pronunciou devidamente a seguinte frase: “O que escrevi, escrevi” (Jo 19:22); ou seja, ele não voltaria atrás naquilo que ele mandara escrever, e foi respeitado em sua decisão. Logicamente, em se tratando de um fato bíblico, há de se considerar o fator espiritual dessa circunstância, da qual se pode inferir a supremacia da vontade divina inspirando a autoridade humana que lhe foi dada por Deus, sendo exercida em um homem comum na esfera da justiça.


Trazendo essa frase para o contexto bíblico, entende-se que, como “está escrito”, a palavra de Deus não vai mudar por causa de uma determinação legal conferida a alguém por um decreto de origem humana. Daí, entende-se que tudo o que está escrito na Bíblia, está escrito e não vai mudar, independentemente das ações humanas.


Desse modo, cada um é responsável pela sua vida espiritual diante de Deus (Ez 18), e não há qualquer remédio jurídico que possa livrá-lo da responsabilidade das suas decisões, das suas ações, dos seus pensamentos, das suas intenções etc. que, porventura, venham a revelar sua culpabilidade por quaisquer más consequências.


A responsabilidade do homem pelos seus feitos é dele e não de Deus o que é comprovado biblicamente quando, pelo texto sagrado, compreende-se que Deus concede a cada ser humano a liberdade de escolha quanto aos seus futuros feitos (Dt 11:26; 30:15).


Nenhuma lei humana será capaz de absolver o homem pecador que decide seguir seus próprios caminhos independente da direção divina. Contudo, se ele “sinceramente” se arrepender diante de Deus, reconhecendo os próprios pecados e erros, ele poderá receber de Deus o perdão e ainda a sua salvação.


Sinceramente entre aspas porque alguns podem pensar que têm a capacidade de ludibriar Deus, fingindo arrependimento, só que eles se esquecem de que Deus sonda os corações (Jr 17:10) e sabe quem é verdadeiro e quem não é nos seus pensamentos, palavras e ações.


Portanto, se um pecado está descrito nas Escrituras Sagradas, esse pecado continua escrito lá e é pecado, e pecado é diferente de erro, pois o pecado é essencialmente espiritual, mas o erro nem sempre é espiritual. Logo, não adianta se sentir aliviado quando a lei dos homens lhes dá direitos que, espiritualmente falando, permanecem como pecados, sejam quais forem.


Daí, conclui-se que o fato de Deus permitir que as autoridades instituídas por ele confiram direitos diversos aos cidadãos não elimina o juízo divino acerca do que uma vez por todas já foi estabelecido por Deus.


A salvação da humanidade prometida por Jesus Cristo não pode ser confundida com direitos humanos nem comprometida por causa deles. Seria muito fácil no dia do Juízo Final dizer para Jesus que se cometeu esse ou aquele pecado porque uma determinada lei criada pelo homem lhe deu permissão para fazê-lo, ou seja, colocando-se sob a legalidade da permissividade em detrimento da vontade soberana expressa de Deus, tirando de sobre si toda a culpa pelo pecado, como que voltando a reproduzir o pecado de Adão e Eva quando ele a culpou pelo seu ato de desobediência voluntária e ela culpou a serpente por tê-la enganado sem assumir que tinha apreciado a oferta enganosa; ambos pecaram porque decidiram pecar por mais que tenham sofrido influência externa. E assim será no Juízo Final quando cada um vai responder pelos próprios pecados desejosamente praticados como atos volitivos e não estipulados por quaisquer autoridades terrenas. (Gn 3:12,13)



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